quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Povo da Fúria - Cap 6 - Seq 2

A taverna Crina de Grifo se encontrava em uma rua principal da grande cidade murada e protegida de Emmech. Situada no reino próspero de Aglarond e governado com sabedoria pela grande feiticeira Simbul. A cidade era uma das maiores, mais bem protegidas e respeitadas de todo o mundo de Faerun.
                O reino de Aglarond fazia divisas com Thay e o Mar das Estrelas cadentes, além de outros reinos é verdade. Mas eram este o que costumeiramente mais preocupava qualquer aglarondano. Principalmente Thay, o grande reino inimigo dos povos do leste. Aglarond era protegido de tantas e tantas formas possíveis e inimagináveis que seus inimigos muitas vezes mal conseguiam saber como um reino tão grande e vasto podia realmente existir.
                No entanto essas mesmas defesas que poderiam derrotar um grande exército, tinham suas falhas. Como em qualquer lugar, mestres de disfarces, poderiam passar despercebidos pelos portões e escapar aos olhos atentos de seus guardas.
                Nessa noite em frente a taverna de três andares, de construção gótica antiga, a chuva fria que antecedia a chegada derradeira do inverno caia de modo torrencial, relâmpagos cruzavam os ares por diversas vezes fazendo com que as pessoas esvaziassem as ruas. Talvez por isso as casas noturnas que abrigavam tantas pessoas estivessem tão cheias.
                Zylmir Mão Espelhada era um anão taciturno, gostava de companhia e adorava uma boa cerveja. Sua barba longa e ruiva frequentemente se mixava  com um caminho feito de pura cerveja que escorria por seus lábios. Limpando a barba com a palma de sua mão o anão soltou um longo e orgulhoso arroto. Seus olhos pesavam e ele estava tão feliz com o pagamento que recebera do delegado da cidade pela captura de um ladino perigoso que ele nem se importava com o aglomerado cada vez maior de pessoa que adentravam a taverna.  Volta e meia ele observava ao redor para conferir apenas se seu amigo encapuzado se encontrava próximo. Analisando a figura soturna e se certificando de que ele ainda se encontrava  a seu lado, o anão gritou por outra caneca de cerveja e alegremente bateu com o punho cerrado sobre o balcão fazendo tinir sua armadura reluzente de cor azulada.
                O martelo que caia das costas do incauto anão foi recolhido aquela noite pela octogésima vez por seu companheiro que com um suspiro pensava toda vez. “o que seria desse rabugento sem mim?”. Leonico Pêlo de Lince, acompanhava o anão havia um ano, ele tinha uma dívida de sangue para com o atacarrado amigo. Zylmir salvara o encapuzado da morte quando este fora surpreendido uma noite por um bando de ogros, rendido rapidamente para sua sorte os ogros não eram os únicos a vagar pelas florestas naquele dia. O anão os seguia de perto, era um caçador de recompensas e quando a oportunidade surgiu atacou suas vítimas com afinco.
                O fato do anão ter salvo Leonico em sua trajetória foi mero acaso, mas o fato que se sucedeu parece ter sido obra do destino. Preso a suas leis e códigos o jovem ofereceu proteção a vida do anão até que sua divida de sangue fosse paga. Zylmir odiou a idéia e se cançava constantemente do fato de ter o jovem de cajado de penas o seguindo constantemente, e frequentemente se irritava e ralhava com ele. Para sua surpresa apesar de seus cotidianos maus tratos o jovem não se intimidava, discutia, fazia frente as ameaças do anão e o seguia por onde quer que ele fosse.
                Com o passar dos últimos seis meses, desde que se conheceram, a personalidade marcante do jovem fez com que o anão o respeitasse cada vez mais. E chegou a tal ponto que apesar de Zylmir negar o fato veemente o anão não conseguia mais se ver nas ruas sem seu estranho companheiro.
                O jovem Leonico apreciava a companhia do anão, ele era uma pessoa carrancuda e resmunguenta que poderia facilmente ser rotulado como um espanta-amigo, mas a convivência de ambos nos últimos meses fez com que uma forte amizade e respeito mutuo surgisse entre eles. De fato tanto um quanto outro apreciavam demais a parceria criado com o acaso.
                Gritos de êxtase tomavam o ar da taverna naquela noite e a multidão de homens e mulheres se esbaldavam de tanta alegria. Mas o jovem amante das florestas não compartilhava o estranho gosto das pessoas da cidade e mantinha-se calmo e calado. Mas seu comportamento era uma exceção. Uma exceção tão grande que quando ele observou um outro grupo de pessoas agindo exatamente como ele, algo lhe pareceu extremamente errado.
                Desde menino, Leonico aprendeu a observar sinais, dentro de uma floresta um simples ramo quebrado era um livro inteiro com as mais diversas histórias. A cidade apesar de não ser exatamente o modelo de lar que um druida apreciasse também revelava sinais semelhantes aos da floresta por vezes. O jovem simplesmente não conseguia tirar os olhos de um grupo de pessoas que se localizava no anteposto do grande salão. Três homens, provavelmente mercadores pelas vestimentas se mantinham em silêncio e analisavam o salão enorme da Crina do Grifo. Apesar de saber que qualquer pessoa tinha direito a manter-se a vontade em qualquer situação o comportamento dos mercadores era atípico, principalmente em uma noite tumultuada como aquela.
                Mantendo seu capuz o mais baixo possível o protetor das florestas começou a estudar o grupo com freqüência tomando o cuidado para não se revelar nem para perder de vista seu amigo anão, que para infelicidade do jovem também notou o que intrigava o druida e exclamou deixando o jovem totalmente desconcentrado.
                - Que que cê ta olhando guri? Porque não toma uma cerveja uma vez na vida e vira o homem que seu pai queria que você fosse!
                A voz alta e embriagada do anão chamou a atenção de várias pessoas na taverna inclusive de quem não devia. Os três mercadores de imediato perceberam o interesse do jovem neles e trataram de se afastar de suas vistas. Leonico teve vontade de esmurrar o anão. Ele virou-se rapidamente querendo dar um sermão no anão mas encontrou este o observando seriamente.
                - Que que foi? Que que há? Vai beber uma cerveja ou não? Porque você não deixa de ser um maricas uma única vez? – o anão falou com segurança e com deboche.
                O jovem preso ao seu juramento deu de ombros e falou com voz suave após se controlar e acalmar-se.
                - Aquelas pessoas que se afastaram. Eles não eram mercadores.
                - Como que você sabe? Pra mim eles não pareciam ogros, nem goblins. Porque você não bebe, vai? Só um golinho. De que adianta a gente vir para uma taverna se o meu companheiro não se diverte nem um pouco?
                Após seis meses de convivência aquela fora a primeira vez que Zylmir pareceu falar alguma coisa que não fosse um chingamento. O comentário embora de tom grosseiro pegou o druida de jeito. Ele acabou relaxando e pela primeira vez desde toda sua vida pediu uma cerveja.
                O anão berrou de alegria e abraçou o jovem com força num ato tão instintivo que fez o druida corar. Foi a primeira demonstração de afeição que o caçador de recompensas lhe apresentara.
                Apesar de feliz e mais falante do que de costume Leonico ainda procurava pelos mercadores na taverna, agora tomando cuidado redobrado para não ser notado.
                Horas se passaram e a frustração tomou conta do jovem que já se encontrava demasiadamente embriagado. Aquela bebida rashemi que ele havia provado, mesmo poucos goles, se mostrou muito aquém do que ele poderia agüentar. Os sentidos do jovem druida estavam no fim, a sala girava e o anão desdobrava-se de tanto rir aparentemente dele que não fora forte o suficiente para encarar a bebida.
                - Pelo menos você iniciou seu caminho garoto. – o anão gritava entre uma gargalhada e outra.
                A noite no Crina de Grifo se mostrou uma verdadeira prova de fogo para o jovem druida, mas estava simplesmente magnífica para o povo que festejava, até o momento em que um forte relâmpago iluminou as janelas e com estrondo ensurdecedor fez o silencio reinar por alguns segundos.
                Em seguida refeitos do susto todos reiniciaram suas piadas, cantorias e danças. Apenas Leonico, preso entre a realidade e a enganação que o álcool lhe empregara, tentava se concentrar repetindo:
                - Não é natural. Não foi natural. Não foi um relâmpago natural. – Ele balbuciava.
                O anão observava o jovem intrigado se deliciando em ver como uma bebida alcoólica consumia alguém que não era acostumado com ela quando com o canto dos olhos, percebeu um grupo estranho de mercadores aparecer.
                Mais atento do que realmente parecera ser o anão se fixou nas pessoas que adentraram o recinto e ignorando qualquer pessoa abriram caminho para o segundo andar da taverna.
                Semi cerrando os olhos ele grunhiu:
                - Talvez você esteja certo guri tem alguma coisa errada aqui.
                - Sim. Os mercadores vão se encontrar no segundo andar, olhe. -  o jovem apontou na outra direção e viu que os outros mercadores se direcionaram também a uma escadaria no segundo andar da taverna.
                - É mesmo. Espere ai...você não...- o anão voltou-se e encontrou o jovem druida completamente recomponsto.
                - Ei! Você não está bêbado. -  o anão acusou.
                - Não. Tive que pensar em alguma coisa quando você me entregou para eles, aparentemente deu certo porque os mercadores me esqueceram. Agora. O que você viu de errado nos mercadores que entraram?
                - Tem chuva lá fora não tem? – Ele perguntou e teve apenas um olhar de confirmação do druida – Pois bem, eles entraram... sequinhos.
                - Acho melhor nós darmos uma espiada no segundo andar. – o druida falou enquanto observava os mercadores sumirem nas escadarias.
                O anão soltou uma gargalhada gostosa cheia de êxtase confirmando a opinião de seu companheiro.

                               *             *             *             *

2 comentários:

  1. Fala Papa tens como me dar uma idéia de uma warband com o Hook Horror!!!!

    tava vendo as ablidades da tal
    e tem uma parada que eu não entendi tens como dar uma esclarecida

    thresh: Use when no enemies are adjacent: make 2 attacks

    tipo iso quer dizer que quando não ouver inigos adjacentes eu posso fazer dois ataques??
    Mas não estabelece uma distancia de squares minima então eu posso atacar a distancia ????

    desde ja muito grato
    té mais

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  2. Não estabele distância mas é um ataque melle. Aquela espadinha na frente do ataque o classifica desta forma. Com isto, você precisa ver se a criatura então tem algum tipo de alcance. Ela tem Reach 2.

    Logo você realiza o Thresh em criaturas não adjacentes a até 2 quadrados de distância do seu alvo.

    Vou pensar em algum bando e postar aqui. Esta semana to meio enrolado com o trabalho, mas prometo agilizar.

    abraços,
    Papa

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