Com 15 anos de estrada, atendi as mais diversas empresas. Tantas empresas que sinceramente perdi as contas e vou até me esquecer de muitas delas. Minha agência é pequena, começamos com a pretenção de sermos grandes, mas uma série de contra-tempos na vida pessoal impediu. Hoje temos uma agência de pequeno porte com bons clientes os quais os atendemos com muito cuidado e dedicação. Nosso nome na região, é bem forte e conhecido.
O interessante de se estar na área da publicidade e principalmente quando você é o dono, que atende, cria e produz é que você se envolve com os mais diversos processos e clientes e tem um know-how muito amplo dos mais divesos assuntos. A maior parte das agências divide as tarefas entre seus colaboradores, redator, diretor de arte, atendimento, midia e por ai vai. No início estivemos neste caminho, e dando um ctrl+alt e ctrl+c: mas uma série de contra-tempos na vida pessoal impediu.
O repetição braba, parece que estou me justificando.
Não é isso.
Isto na verdade é pra explicar o quanto de conhecimento temos dos trabalhos e principalmente dos clientes. Conhecer o cliente na minha visão é tudo.
Nessa estrada na qual andamos e que não foi curta, vivenciamos junto com os mais diversos clientes dos mais variados nichos diversas etapas. Desnecessário dizer que as experiências são diferentes para cada qual. Mas existem aquelas similaridades.
E uma das que me deixa maluco é esta: O filho do dono da empresa chegou em idade de trabalho, é necessário colocá-lo na empresa. Normalmente o garoto(a) gozou de uma vida tranquilo totalmente alheio aos assuntos da empresa. Mas o herdeiro precisa trabalhar. Neste momento deve se iniciar uma linha de raciocínio na mente do empresário que deve ter mais ou menos esta sequência:
"Hmmm...Que cargo eu vou lhe dar?"
"Produção? Nã, não serve não posso deixar meu filho em meio aos peões, mais a mais ele não entende nada." " Mais a mais ele nem vai fazer nada."
"Talvez no setor contabil..." "Neca, vai assesar as contas, dinheiro fácil, na vista dele... vai fácil"
"Quem sabe no almoxarifado?" "Nops, nem vai saber o que verificar" "Programação. Não deve ser tão dificil." "Mas se ele errar o prejuizo pode ser demais". "Administração, Gerente, Diretor, é desse tipo de cargo que ele precisa." "Mas preciso fazer ele focar em algo." "Algo que ele não vá me dar muito trabalho para controlar e que eu possa ver só de vez em quando." "Já sei."
"Marketing." "Toda empresa tem. E não vai me fazer mal algum."
E voalá.
Vou atender a empresa VWXYZ e quem está lá para falar de marketing?
O herdeiro da empresa. O novo diretor de Marketing. Você passa horas conversando, explicando, apontando as coisas importantes, novos conceitos e ao final ele do alto de sua compreensão diz:
"Então...Você faz fotos certo?"
...
...
É.
É dose.
Mas infelizmente é muito mais comum do que se pensa. A maior parte das empresas não dá o devido valor a esta área como deveria. Embora o texto pareça ser ofensivo aos sucessores, ele não tem esse intuito. A ofensividade é para com quem dirige a empresa. Ninguém tem culpa por ter ganho determinado cargo. A culpa reside em quem concede o cargo. A maior parte das empresas que comete este erro, tem uma visão distorcida e simplista do marketing. Não acredita nas ações e nos resultados desenvolvidos. "Não me vem com essa conversa de que a Coca-cola faz marketing." Não vou mesmo. Esse papo escolar é que não ajuda nada. Mas verdade seja dita, agências embora se esforcem para atender bem e direcionar com todo o cuidado (as vezes educando/formando o mesmo no assunto) precisam oferecer suas idéias a um profissional da área, capacidado com o cargo ao qual exerce. Não adianta a empresa de forncecimento de ferro fundido tentar vender o novo ferro para sua metalurgica para o cara da Programação. Ele não entende do assunto.
É a mesma coisa com o setor de markeging, publicidade, divulgação...
Devo obviamente também dizer o seguinte. Existem muitos herdeiros dignos da posição. São pessoas esforçadas, que estudaram o assunto, muitos até formados no assunto e possuem interesse direto e o know-how necessário para exercer com louvor a profissão. Obviamente não é para estes a que o texto se refere.
Acreditem ia ser muito mais fácil, para uma empresa possuir um profissional coerente nesta área, e deixar o herdeiro primeiro aprender sobre o assunto, alias primeiro aprender sobre a empresa.
Já seria um bom começo.
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