quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Povo da Fúria - Cap 6 - Seq 3

O ataque no templo de Mystra não podia ter causado mais danos as bruxas. Uma relíquia secreta havia sido levada do templo que era guardado a sete chaves. Havia um grande tumulto entre as mulheres que caminhavam sem parar e falavam exaltadas no templo. Também era evidente ver estampadas nelas o medo, acompanhado de uma grande tristeza.
                As irmãs gêmeas tentavam angariar o máximo de informações possíveis mas eram relevadas devido a seu baixo posto. Foi quando a tutora de sua ordem adentrou o recinto que ela relaxaram. Mas logo o ambiente ficou tenso, era óbvio para as garotas que as bruxas trocavam acusações entre si, aparentemente uma discórdia muito grande havia se plantado entre suas líderes.
                Em local afastado de portas duplas fechadas a discusão era intensa e acolorada.
                - Kitybana – a voz firme da mulher de vestes azuis imperava na sala. – como seu grupo deixou isso acontecer? Nós esperávamos esse ataque desde que trouxemos a relíquia para cá.
                - Não levante a voz comigo Ursula. – exclamou a mulher de vestes laranja. – Por incontáveis vezes nós simulamos ataques a este templo e sempre nos preparamos para defende-lo. Mas nunca imaginamos o inimigo que iríamos enfrentar!
                - O que você afirma é uma insanidade. Nenhuma das irmãs iria ser capaz de causar tal heresia. – As palavras saíram em gritos exaltados da voz de Kitybana uma maga de grande poder que era capaz de convocar a ajuda dos deuses e inclusive curar amigas feridas.
                - Talvez não seja como você pensa irmã. – uma voz suave adentrou a sala surpreendendo as duas lideres. Apesar de quase um sussuro o simples adentrar da voz fez com que ambas encerrassem suas discussões e fizessem uma mesura em sinal de respeito.
                - Lady Ilza. – ambas exclamaram respeitosamente.
                - Nem todas entre nós pensam da mesma forma. – a mulher foi caminhando e se interpôs entre as líderes e com um sinal as retirou de seus códigos de formalidades. – Muita coisa aconteceu nesses últimos anos, e algumas de nós não são o que a maioria pensa.
                - Com todo o respeito Milady, todos sabem sobre as Durthans, mas não creio... – Kitiybana foi interrompida com um aceno de mão por sua líder.
                - Elas se organizaram, irmã – a voz de Ilza soou triste e quase inaudível. – Sempre quando uma hathran se desviava de seu caminho, ela era afastada de sua conduta e tornava-se uma Durthan, uma bruxa renegada. Elas sempre agiram isoladas, mas agora minhas irmãs, elas agem em conjunto, lideradas sob um mesmo baner. E pelo que descobrimos em saques recentes no castelo, seus números são cada vez maiores. Bruxas que nós mesmos as Hatrans formamos estão se desviando do caminho do bem e se tornando fortes. Elas se reúnem em nossas casas, nossos templos, nossas florestas. Sim, Úrsula você disse bem. Por anos nós nos preparamos para enfrentar muitos inimigos, mas nunca imaginamos que um dia ele iria estar dentro de nossos portões, comendo nosso alimento e sendo criado por nós. E o pior é que sinto um poder malévolo crescendo e adentrando nosso reino. Uma sensação tão estranha e febril, como se o mal estivesse se encarnando em nossa própria terra.
                As palavras tiveram um efeito devastador em todas as bruxas presentes na sala. Nenhuma delas podia conceber o tamanho da corrupção que se escondia dentre elas.
                - Mas como podemos descobrir as traidoras? O que podemos fazer? A relíquia certamente tem que ser encontrada. Se Durthans possuem a relíquia elas possuirão um poder muito grande do seu lado para que nós possamos combater.
Milady nós simplesmente não temos força para combater Thay e uma rebelião interna. – As palavras de Úrsula soaram como uma súplica.
                - Não, nós não temos. – a sentença de Ilza foi desmoralizadora. – no entanto, existe uma esperança. – A mulher não explicou o que ela acreditava ser uma esperança mas teve os olhos por trás da máscara presos nas portas fechadas do salão, por alguns instantes algumas as bruxas tentaram ver o que a líder observava mas só conseguiram ver as portas que as separavam do tumulto do outro lado.

                - O que você acha que está acontecendo? – Luthy perguntou. - Você não consegue tentar descobrir?. - Anna fechou os olhos se concentrando e de repente abriu-os com um susto. - O que foi? – Luthy perguntou ansiosa.
                - E-Ela está olhando para nós!

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