As Crônicas de Gelo e Fogo de George R.R. Martin tem como seu segundo título o livro A Fúria dos Reis.
Após ter lido o primeiro e ter ficado simplesmente assombrado com o conteúdo, iniciei a leitura do segundo livro quase que imediatamente. Faz mais de um mês que conclui a leitura, mas somente hoje resolvi escrever sobre ele.
Na minha opinião pessoal o segundo livro é um pouco mais fraco que o primeiro.
A história principal sobre a disputa ao trono de ferro continua interessante, com alguns personagens se destacando mais do que outros. Bran, Daenarys, Cattelyn disputam cabeça a cabeça qual destes personagens possue o capítulo mais tedioso - como visto no meu review do primeiro livro, o autor separa seus capitulos com o nome dos personagens principais.
Dois novos nomes tomam para si capitulos distintos. Theon, que já aparecia antes como coadjunvante e tem em seus capitulos uma grande parte dos pontos altos do livro; e Davos que é inserido principalmente para termos a visão de um dos cinco aspirantes ao governo de Westeros. O personagem alterna bons e maus momentos, tendo em um dos desfechos de seus capítulos um verdadeiro desafio para a reacriação na versão televisa deste romance.
Sansa e Jon Snow protagonizam capitulos com histórias bem opostas uma a outra, enquanto um se aventura ao norte do pais atrás de selvagens e mortos-vivos, a outra tenta escapar a todo custo de sua prisão eterna na capital de Porto Real. O mais interessante é que se você quiser pode ignorar completamente os capitulos de Jon e lê-los apenas ao final, pois não tem ligação nenhuma no espaço-tempo da história do segundo livro. Alias o mesmo pode se dizer de Daenarys. Eu recomendaria a se fazer a leitura destes após ler todo o restante do livro. Isto traria alguns beneficios, como uma maneira mais rápida de se superar as mais de 600 páginas da obra.
Arya e Tyrion são os grandes protagonistas de A Fúria dos Reis. Ambos disputam a atenção do leitor com suas aventuras e suas participações nas tramas do segundo livro, que basicamente é um apilhamento de batalhas e disputas.
Não há como negar que se lido de forma independente, A Fúria dos Reis é um grande livro, mas quando se lê ele sabendo que é uma continuação; deixa um pouco a desejar.
Uma das maiores decepções para mim, foi o meteoro que cruza os céus de Westeros, logo no ínicio do livro se tem um prólogo com ele que deixa animado, mas que você simplesmente não consegue decifrar no decorrer da leitura a serventia. Talvez a real importância do mesmo venha a aparecer no próximo título.
Outra frustração é que Rob simplesmente some, praticamente não se vê o Rei do Norte na obra. Em compensação o que se continua vendo é um número sem fim de cavaleiros e títulos sendo apilhados em um monte de página como que para dar corpo aos parágrafos.
Como a maior parte das histórias acontecem paralelamente, os trechos curtos de cada capitulo são uma vantagem. Você consegue avançar rapidamente de um cápitulo para o outro, mas como a história deste segundo livro é bem ampla - em termos de locais - por hora o leitor pode se perder.
Deixe-me falar dos pontos altos. Bran e Rickon adicionam em si o manto de Lobisomens, assim como Jon Snow, mas não é bem como você poderia imaginar, acredite nem estou estragando a sua leitura dizendo isto. Jon Snow, continua sua aventura paralela além das muralhas, seus capítulos são interessantes, mas por enquanto ainda sem contexto com a história principal. Jon deve inicar capitulos de ligação no próximo livro, onde com certeza nos será apresentado finalmente Mance Ryder.
Tyrion e Arya por outro lado são fantásticos. O autor consegue manter com os dois personagens o mesmo nível de narração e envolvimento do livro anterior. Arya acaba desempenhando um papel fantástico em Harrenhall, e Tyrion sobra em suas páginas. É com ambos, mas principalmente com Tyrion que o poder de narração cativante do primeiro livro se mantém.
Além dos dois acima, Theon Greyjoy protagoniza os capitulos mais descontraídos do livro. É dele na minha opinião grande parte dos melhores momentos de A Fúria dos Reis. Principalmente quando o jovem ainda se encontra nas Ilhas de Ferro.
Alguns novos personagens são agregados a história, segue um rápido resumo sobre os mesmos.
Brianna - interessante, parece promissora para o próximo livro.
Melisandre - protagonista de cenas impressionantes, acaba sumindo no decorrer do livro, acredito em boas aparições no próximo volume.
Sor Dontos - alguns podem me criticar, mas ao apresentar este personagem os capitulos de Sansa se salvaram.
Jaqen H´ghar - ótimo e intrigante personagem.
Sttanis - eis que surge o legitimo herdeiro do trono. Seus capitulos são narrados por Davos seu súdito, um contrabandista promovido a cavaleiro.
Gendry - devo acreditar que o bastardo de Robert ainda vai deslanchar, mas não foi desta vez.
Shagga - Os bárbaros acabam tomando um papel interessante enquanto servem a Tyrion.
Xaro Xhoan Daxos - Sinceramente quando ele apareceu junto com os outros dois personagens deu a impressão que os capitulos da Targaryana iam ser OS capitulos. Na minha opinião foram apenas decepção.
Qhorin Meia-Mão - Ele e seus amigos dão um grande salto de qualidade nos capitulos do Jon.
Fedor - Outro personagem interessante que me parece vai ter grande papel no próximo livro, sem desmerecer o já estarrecedor papel que desempenhou neste.
Finalizando minha opinião. Ontem estava olhando a aparição de George R.R. Martim na Comic Con e peguei um trecho de sua entrevista onde ele dizia que a idéia que ele tem ao escrever o que está por vir vai ser sempre a de mudar a visão e opinião do leitor. Não tenho a menor dúvida de que vai conseguir. A Fúria dos Reis como sequência já é um livro completamente diferente, com novos focos, narrativas e reviravoltas.
Agora, vou aguardar pelo natal e torcer para ganhar o próximo livro para poder lê-lo com o devido prazer.
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